quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Moda sustentável

A onda ecofashion, como vem sendo chamada lá fora, está começando a ocupar papel de destaque no cenário da moda, principalmente porque deixou de ser produzida por marcas desconhecidas e ganhou etiqueta de grifes renomadas. Não é de hoje que a indústria tenta encontrar um jeito de produzir peças que não explorem os recursos naturais de forma predatória, mas só recentemente tornou-se possível fazer roupas que caíssem no gosto do consumidor e aliassem palavras tão dissonantes como design, tecnologia e ecologia. Agora, as três foram parar na mesma máquina de costura.

Orgânico é outra palavra de destaque nesse segmento. Primeiro foram os alimentos e agora serve também para tratar as fibras que se transformam em tecidos. Para serem classificados como orgânico, algodão, juta e bambu devem ser produzidos sem o uso de inseticidas ou pesticidas. Para ter uma idéia do que isso significa, o cultivo de algodão pelo sistema convencional consome um quarto do inseticida produzido no mundo. Na versão orgânica, alguns agricultores usam água reciclada nas plantações para diminuir ainda mais o impacto ambiental.

A maior novidade, no entanto, são as roupas produzidas com material reciclável. Aqui, as estrelas são a garrafa PET, transformada em tecido, e o pneu, que vira solado de sapato. E, na bijoux, destaque para a ma-deira de reflorestamento. Veja opções descoladas para você entrar na onda.

MATERIAL ALTERNATIVO COM BANHO DE TECNOLOGIA


Algodão orgânico
É cultivado sem o uso de pesticidas, fertilizantes químicos e reguladores do crescimento. Para ser 100% orgânico, no processo de tingimento devem ser usados pigmentos naturais.

Fibra de bambu
Planta de crescimento rápido, o que significa que é altamente renovável. Se reproduz em abundância sem o uso de pesticidas e fertilizantes. Sua fibra é naturalmente antibactericida, biodegradável e extremamente macia. Tem característica termodinâmica, deixa a peça fresca no verão e mais quente no inverno.

Garrafas PET
O plástico reciclado é transformado em fibras que produzem um tecido forte, mas macio. Em geral, elas são combinadas com algodão, que dá um toque ainda mais confortável.

Juta
Com aparência semelhante a do linho, é plantada na região amazônica, sem nenhum impacto ambiental. É preciso apenas água para o seu cultivo, sem a necessidade do uso de agrotóxicos. Além disso é biodegradável.


Estilistas, fashionistas e especialistas de todo o globo apontam a última tendência da moda: a ausência de tendências. É que não houve nenhuma época como esta, onde você tem tudo-ao-mesmo-tempo-agora no quesito estilo de roupas basta sair nas ruas para comprovar. Modelitos de outras épocas misturam-se a novos tecidos, cortes, modismos. Estabelecer um padrão virou demodê. Mesmo que a cada temporada algumas peças fiquem em evidência, o mercado do vestuário, em constante renovação, faz com que seja impossível seguir modelos como antigamente.

Mais do que nunca, a moda é uma forma de expressão individual. E a indústria fashion, que dita os costumes, começa a buscar refências naquilo que as pessoas comuns estão usando. Não é para menos que o blog de moda mais cool do momento é o do publicitário americano Scott Schuman. Ele trabalhou por 15 anos com moda e percebeu um descompasso entre o que vendia e o que as pessoas usavam na vida real. Passou a fotografar o que americanos, italianos e franceses vestem no dia-a-dia, deixando as fotos comentadas em seu blog. Vejo pessoas nas ruas com estilo próprio e acho mais inspiradores e interessantes que os modelos dos desfiles, diz ele, que mantém o blog The Sartorialist na rede.

Se dentro da gama do que é oferecido nas lojas você faz um recorte e escolhe aquilo que o representa, a moda ganha um sentido maior. O estilo é uma escolha pessoal. A moda passa. O estilo permanece, afi rma Glória Kalil em seu livro "Chic Um Guia Básico de Moda e Estilo". A consultora de moda diz que estilo é aquilo que respeita sua personalidade. É o seu modo de dizer ao mundo eu sou singular, mesmo quando a roupa é necessária para mostrar que você faz parte de um grupo. E diz mais: quem tem estilo adota uma atitude sustentável, porque faz escolhas de forma consciente e não se deixa virar escravo da moda.
Moda sustentável

É a coqueluche do momento. Exatamente porque existe um público mais exigente quanto à procedência dos produtos, muitos fabricantes de roupas buscam se diferenciar usando materiais ecológicos e maneiras mais sustentáveis de produzir. Essa busca vem tímida desde a década de 70 e se intensificou nos últimos três anos, diz a jornalista inglesa Sally Lohan, do WGSN, prestigiado site de moda internacional. E arremata: Essa tomada de consciência deixou de ser coisa de hippie, e as roupas não têm mais um caráter artesanal, incorporaram design e tecnologia.

Sally esteve em junho no São Paulo Fashion Week, que pela segunda vez adotou a sustentabilidade como tema. O evento foi decorado com papelão reciclado e reduziu em 70% o consumo de energia, entre outras ações. Nas passarelas, contudo, pouco se viu sobre o tema. A indústria têxtil brasileira está começando a adaptar suas fábricas a esse novo conceito, diz Sylvio Napoli, gerente de capacitação tecnológica da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil).

Se por aqui esse mercado engatinha, lá fora anda a passos firmes. A semana de moda de Londres, que acontece em setembro, terá o Esthetica, um espaço só para marcas ecológicas. E, em outubro, Paris é o palco da quarta edição de uma semana de moda exclusiva para marcas adeptas do comércio ético (todas as etapas de confecção priorizam a redução do impacto ambiental, promovem a atividade de artesãos e pequenas comunidades e valorizam os funcionários).

Na Europa e nos Estados Unidos tem de tudo: marcas de sapatos, bolsas e lojas inteiras especializadas em peças ecologicamente corretas como a recém-inaugurada Organic Avenue, em Nova York. A estilista inglesa (e vegetariana) Stella McCartney, famosa defensora dos animais, não usa couro nem pele de bichos e suas coleções são um sucesso. O cantor Bono, do U2, criou a Edun, marca de roupas com tecidos orgânicos produzidos por comunidades na África. Grifes como Armani e Levis lançaram linhas especiais de roupas com algodão orgânico. Até a megarrede varejista Wal-Mart entrou nesse filão.

Hoje é fashion usar roupas e acessórios que contribuem para a preservação do planeta, diz a socióloga americana Diane Crane, autora do livro "A Moda e seu Papel Social". Por essas e outras é que o lançamento de uma singela bolsa de algodão em junho causou o maior frisson em Londres. Estampada com os dizeres Im not a plastic bag (eu não sou uma sacola de plástico), a idéia era que a bolsa da designer Anya Hindmarch substituísse os bilhões de sacolas plásticas descartadas todo ano no país virou objeto de desejo e foi vendida em poucas horas nos supermercados de lá.

Quer saber o que existe no mercado brasileiro? Pule para o texto ao lado.
Matéria-prima verde

As roupas ecológicas são aquelas feitas de materiais reciclados, tecidos orgânicos, couros alternativos e novas fibras naturais, diz Selma Fernandes, coordenadora do Instituto E, organização brasileira que faz a ponte entre os produtores de materiais ecológicos e os estilistas e suas marcas.

No Brasil, pequenas marcas são as pioneiras no uso desses materiais. Como a carioca Amazon Life, que vende bolsas e sapatos feitos de couro vegetal, criado com o látex extraído de seringueiras por cooperativas no Acre. Outro exemplo é a marca Goóc, que usa a borracha reciclada de pneus no solado dos seus calçados. A indústria têxtil brasileira desenvolveu fibras a partir de garrafas PET recicladas e fibras de plantas como o bambu e o cânhamo, que algumas marcas, como a Osklen, usam em suas coleções.

Você deve estar se perguntando: como descobrir se tal roupa segue os preceitos da moda sustentável? As empresas e marcas que buscam esse diferencial fazem questão de anunciar, criando selos e etiquetas que falam sobre a origem do produto, diz Cyntia Malagutti, professora de ecodesign do Senac-SP. Para as roupas orgânicas, já existe o selo de certificação NOW (Natural Organic World).

Você também pode checar na etiqueta a composição do tecido. As fibras naturais, de origem vegetal ou animal, são matérias-primas renováveis, costumam ser mais agradáveis ao toque e absorvem melhor a umidade do corpo. As fibras sintéticas são derivadas do petróleo (repare na etiqueta: elas têm as iniciais po poliamida, poliéster, polietileno, polipropileno).

Mas o hit dessa leva verde são as roupas feitas de algodão orgânico, cultivado sem o uso de agrotóxicos e pesticidas. Apenas 1% do algodão produzido no país é orgânico. A fábrica Coexis, de São Paulo, criou o primeiro tecido de algodão orgânico nacional, tingido com corantes naturais. Entre os clientes estão as marcas cariocas Redley e Cantão, que desfilaram na última semana de moda do Rio roupas com o selo orgânico.


Outro babado é o algodão que já nasce colorido, nos tons marrom, vermelho e verde uma saída aos estragos causados pelo tingimento químico. Desenvolvido pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) há seis anos através do melhoramento genético da planta, a nova espécie (que só cresce na Paraíba) é produzida por cooperativas que valorizam a agricultura familiar e o artesanato local.

Agora, se você está pensando em aderir à moda sustentável, prepare o bolso: por serem produzidas em baixa escala, a maioria das roupas são cerca de 30% mais caras. A boa notícia é que você pode entrar nessa onda de muitas maneiras.



Guarda-roupa esperto

Hoje é chique ter um guarda-roupa enxuto. Primeiro porque você está consumindo menos matéria-prima do planeta. Segundo porque você conseguirá usufuir melhor o que já tem, sem deixar roupas encalhadas no armário por anos a fio. E vai naturalmente aprender a fazer mais combinações com as peças que tem disponíveis à mão. A visão antiga de que para cada festa você tem que ter uma roupa nova faz parte de uma cultura insustentável, diz Maluh Barciotte, consultora do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente.

É difícil admitir, mas as pesquisas de comportamento do consumidor comprovam: a maioria das compras é feita por impulso. Faça a experiência: saia de casa sem cheques nem cartão de crédito e vá ao shopping olhar as vitrines. Depois de se interessar por algumas roupas, volte para casa e avalie se elas eram mesmo necessárias 90% das pessoas não retornam para comprar.

Se o bom gosto sugere que você tenha menos roupas, acessórios e frufrus, é de bom-tom aprender a escolher peças de qualidade. O consumidor tem que investigar, não engolir o que está exposto nas araras. Tem que olhar a etiqueta, ver qual é a matéria-prima utilizada e até conversar com o vendedor sobre a origem do produto, diz Marco Sabino, fashionista e autor do "Dicionário da Moda".

Sabe qual é o útimo grito da moda? Reutilizar esses pedacinhos de pano. Vale fazer bazar de trocas de roupas com as amigas. Ou então fuçar o armário da parentada, ver se há indumentárias que podem ser aproveitadas, dar um pulinho nos brechós. A atriz Angelina Jolie fez e aconteceu na pré-estréia de um filme. O motivo? Usava um vestido de brechó, que comprou por poucos dólares. Por aqui a cantora Marisa Monte não surpreende mais os repórteres quando perguntam qual a marca de suas roupas: de brechó é sua resposta freqüente. Não tem marca mais exclusiva que essa: dificilmente alguém vai aparecer com uma peça igual.

Uma boa tática para não deixar que seu armário vire o Memorial das Roupas Esquecidas é a seguinte: sempre que comprar uma peça, retire outra que você não usa mais para doar. A legendária Coco Chanel não se conformava com as mulheres que dispensavam um guarda-roupa inteiro a cada estação. A atitude denota muito dinheiro, mas pouco estilo, concluiu a estilista.

E se mesmo assim você não resiste e vai fazer umas comprinhas, dê uma espiada nas dicas ao lado. Se joga!
Na hora de ir às compras...

- Está um pouco apertado, mas vou levar, preciso emagrecer mesmo. Regra número 1: compre sempre roupas do tamanho certo. Nada de depender de uma mudança física, que pode demorar ou nem vir a acontecer.

- Oba, liquidação! Cuidado com a tentação das peças em oferta nem sempre são o que você realmente precisa.

- A roupa caiu como uma luva, está ma-ra-vi-lho-sa. Vendedoras de lojas adoram bajular. A menos que você conheça bem a vendedora, lembre-se de que só você sabe o que lhe fica melhor.

- Vou levar sem experimentar. Roupa na vitrine ou no cabide é traiçoeira. Sempre prove as peças. Evite também saldões sem provador, para depois não ficar chorando as pitangas de que nada serviu.

- Pode levar, está justo mas vai lassear. Cuidado com a ladainha dos vendedores: o conforto ao vestir deve ser imediato.

- Não sei se combina com meu guarda-roupa... Se você não sabe, é porque não combina. Leva jeito de que vai ficar abandonada no armário esperando uma ocasião que nunca vem.

- É só fazer a barra ou dar uma entradinha na cintura. Se a loja pode fazer o pequeno ajuste, ótimo. Se não, responda rápido: você tem uma boa costureira ou alfaiate? E quer se dar ao trabalho de ir atrás desse ajuste?

- Estou triste, vou ao shopping fazer umas comprinhas. Tsc, tsc, essa não é uma boa maneira de compensar a tristeza. Estudos mostram que a felicidade gerada por uma compra não é duradoura, termina assim que você chega em casa.

- É a última peça, se não levar agora vai acabar... Nunca compre quando você se sente pressionado a decidir no ato. Consultoria: Glória Kalil

Moda Anos 90

Moda dos anos 90

Até a metade da década de 90, o exagero dos anos anteriores ainda influenciou a moda. Foram lançados, por exemplo, os jeans coloridos e as blusas segunda-pele, que colocaram a lingerie em evidência. Isso  alavancou a moda íntima, que criou peças para serem usadas à mostra, como novos materiais e cores.

Essa é uma década marcada pela diversidade de estilos que convivem harmoniosamente. A moda seguiu cada uma dessas tendências, produzindo peças para cada tipo de consumidor e para todas as ocasiões. Entretanto, vale a pena ressaltar o Grunge, que impulsionado pelo rock, influenciou a moda e o comportamento dos adolescentes com seu estilo despojado de calças/ bermudões largos e camisas xadrez da região de Seattle, berço destes músicos.

A camisa xadrez, aliás, foi uma verdadeira coqueluche presente mesmo nos armários dos rapazes mais tradicionais.

O estilo licensing passou a ser a nova forma de se vestir durante os anos 90 e as pessoas tinham a liberdade de investir  num estilo personalizado. Os desfiles de moda no Brasil passaram por um momento conturbado devido a crise econômica do Plano Collor, porém a estabilidade foi retomada em 1994 e a indústria têxtil inovou a sua fabricação de roupas.

A moda feminina  durante a década de 90 priorizou a variedade, peças como calça jeans de cós alto, camisetes e vestidos longos fizeram um grande sucesso. O estilo de Julia Roberts no filme “Uma linda mulher” (1990) consegue definir bem a proposta da moda feminina.

Os homens passaram a usar o jeans como peça chave do figurino, mantendo a tendência que ganhou força nos anos 80. O estilo dos rapazes da série Americana “Barrados no Baile” serviu de inspiração para os jovens brasileiros e americanos.

 É engraçado falar em “anos 90?, afinal para alguns parece ontem, não é?

Mas é fácil recordar, quem não lembra do Plano Collor? Com o plano Collor uma das mudanças econômicas foi a abertura das importações. Quem ganhou muito foi o mercado de luxo, varias marcas famosas como Prada, Versace e Gucci ficaram “mais famosas” e “mais luxuosas” por aqui.

Nos anos 90, também fizemos da moda brasileira sucesso internacional, estilistas e modelos começam a brilhar no exterior.

Como a moda vem e vai, anos 90 também foi uma repetição de outras décadas (ex. Estados Unidos, anos 70), agora modernizada e luxuosa.

 O que usar?

Saias longas
Calças mais largas tipo “pantalona”
Estampas de bichos (vaca, zebra, onça, cobra…)
Sapatos com bico quadrado (também forrados com estampas de bichos).
‘Blazer mais sequinho”.. tudo isso dá um toque de elegância básica e de “peruagem”, caracterizando está época tão recente.

E a maquiagem?

Delineador está de volta! Baton marrom ou cor de boca dão um toque especial.

Anos 90                                                                                                                                                                                                                                            
                                                                                                                                                                                                                                                            
Até metade dos anos 90, as tendências exageradas de anos anteriores ainda influenciaram a moda. Criaram-se calças de ganga coloridas, blusas transparentes que evidenciavam a lingerie. Graças a isto, a moda intima proporcionou novas e arrojadas criações.
Existia uma harmonia entre estilos nesta altura, produziam-se peças tendo em conta o facto de todos os consumidores, serem e terem, exigências diferentes.                                                                                                  
                                                                                                                                                                                                                                                            
A influencia do Grunge na moda também foi notória, especialmente nos adolescentes que se apresentavam com calças, corsários largos e camisas com padrões xadrez.                                                                                            
Até os chamados "betinhos" tinham a sua camisa xadrez...                                                                                                                                                                                                    
                                                                                                                                                                                                                                                            
Nesta década as guerras, as quedas e crises não foram excepção. Tornou-se notória a preocupação e preservação ecológica, que mudou consciência do poder político que incentivaram mudanças a nível de produção e dos bens de consumo.                       
                                                                                                                                                                                                                                                            
                                                                                                                                                                                                                                                            
Baseados nisto, o marketing e a publicidade foram quem mais lucrou com as suas campanhas publicitárias.                                                                                                                                                     
                                                                                                                                                                                                                                                            
                                                                                                                                                                                                                                                            
Já na segunda metade da década, a moda baseou-se em anos anteriores, sendo influenciada, por exemplo, pelo anos 60 e 70.                            
Até a metade da década de 90, o exagero dos anos anteriores ainda influenciou a moda. Foram lançados, por exemplo, os jeans coloridos e as blusas segunda-pele, que colocaram a lingerie em evidência. Isso alavancou a moda íntima, que criou peças para serem usadas à mostra, como novos materiais e cores.

Essa é uma década marcada pela diversidade de estilos que convivem harmoniosamente. A moda seguiu cada uma dessas tendências produzindo peças para cada tipo de consumidor e para todas as ocasiões.

Entretanto, vale a pena ressaltar o Grunge, que impulsionado pelo rock, influenciou a moda e o comportamento dos adolescentes com seu estilo despojado de calças, bermudões largos e camisas xadrez da região de Seattle, berço destes músicos.

A preocupação ecológica ganhou status e fez com que países conscientes exigissem mudanças por parte dos governos e fabricantes. É lembrada a atitude do Príncipe Charles que proibiu sua então mulher, Diana, de usar laquês para cabelo que contivessem CFC. As propagandas agregaram esses valores a seus produtos, de forma a atingir os consumidores que buscavam mais do que preços e novidades.


Foram aderidas, saias longas, calças pantalonas, estampas de bichos, como vaca, zebra, onça e cobra, sapatos com bico quadrado e blazer mais justo. Tudo dava um toque de elegância básica e de “peruagem”, o que caracterizou esta época. O delineador, o batom marrom ou cor de boca davam o toque especial.

Na segunda metade da década, a moda passou a buscar referências nas décadas anteriores, fazendo releituras dos anos 60 (cores claras, tiaras) e em seguida dos 70 (plataformas em tamancos e modelos fechados, geralmente desproporcionais), tudo mesclado a modismos dos anos correntes.

Modelos brasileiras passaram a chamar a atenção no panorama internacional, em especial Gisele Bündchen, a mais famosa delas. A beleza da mulher brasileira chamou atenção do mundo. Apoiados na indústria têxtil, que se modernizavam, os estilistas perceberam um potencial de exportação. Na década de 90, Alexandre Herchcovitch com todo seu arrojo e estilo, tornou-se a maior personalidade da moda brasileira, atualmente lança suas coleções tanto em Londres quanto em Paris.

O profissionalismo e o reconhecimento da moda nacional atingiram significativas proporções ainda nos anos 90. O evento Phytoervas Fashion desencadeou o processo de lançamentos regulares de coleções publicamente por meio de desfiles. Até então, só acontecendo a um público muito restrito nos showroons de cada marca.

Transformou-se no evento Morumbi Fashion Brasil, e hoje, sob a tutela de Paulo Borges, o São Paulo Fashion Week, presente no calendário internacional da moda, que acontece duas vezes ao ano para lançamento das coleções dos grandes nomes e grifes da moda brasileira
                                                                                                                                                                                                                                                 
Século 20

Este é um novo século, sinónimo de novas tendências...sec20

Os anos 2000 e 2001, tiveram a influencia da moda dos anos 80, com alguma influencia, ainda, dos anos 50.       
A moda estava sem "fornecedor" de inspiração pois já se tinham inspirado em todas as épocas e tentaram procurar "o novo", " o actual"!                                                                                                                                                                                                                                                             
É em busca do actual que se fazem, por diversas vezes, concursos de moda, para serem aí descobertos novos talentos. Estas são também as oportunidades dos estilistas mostrarem a sua capacidade criativa.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

História de Moda – Moda e Identidade Brasileira

Carmem Miranda e a primeira fantasia genuinamente brasileira, criada por Alceu Pena

Qual distância existe entre a moda e a identidade brasileira? Distâncias? Não, ao invés de distâncias existem pontes, reflexos, e a moda é como o espelho de Narciso onde a identidade aparece refletida.

De forma simplista, entende-se por identidade o conjunto de caracteres (nome, idade, sexo, religião, língua, cultura, história, etc) que distinguem uma pessoa ou país de outro. Entre os conceitos de moda, está o costume ou estilo, em geral efêmero, aceito e imitado por um grupo ou meio social em certa época ou lugar. Esse costume ou estilo refere-se, nesta pesquisa, à forma de vestir e está em constante mutação.

O estilo é a maneira particular de se expressar uma arte, uma identidade, uma moda. Esta pesquisa visa identificar um estilo brasileiro na moda. Um estudo para demonstrar e questionar sobre o processo de formação do estilo brasileiro na moda.

  A moda brasileira costuma ser considerada apenas uma cópia das coleções do grande eixo fashion ? Paris, Milão, Londres, Nova Iorque, Tóquio ? sendo constantemente desvalorizada em detrimento desse eixo, como se o brasileiro não tivesse uma identidade própria ou cultura de valor. Sob tal perspectiva, há uma necessidade de busca e identificação de indícios estilísticos brasileiros, percebendo elementos de adequação que funcionam muitas vezes como “herança cultural e DNA” (Palomino, 2002) e que desencadeia aos poucos, “os recursos para deixar apenas de copiar as revistas estrangeiras ou simplesmente traduzi-las” (Castilho, 2001).



Zuzu Angel estilista  brasileira reconhecida internaciolnalmente no final dos anos 60 e início dos 70
Compreender o processo que desencadeou essa efervescência de moda  no Brasil é essencial, para que não se perca um rico potencial criador. Esse mercado ganhou proporções de relevância, tanto do ponto de vista econômico, quanto cultural, demandando por um estudo acerca da sua importância nos costumes, na identidade e na economia nacional.

Por um outro lado, segundo Wandy Cavalheiro, o avanço dos negócios da moda, da eficiência tecnológica e dos resultados econômicos têm levado à busca da compreensão do fenômeno da moda, desencadeando seu estudo e levando-a a ser tratada seriamente neste país, pois, abarca não apenas a evolução do setor, como também um avanço da própria população brasileira.

Esta é uma análise simplificada dos principais componentes do vestuário  brasileiro, visando identificar elementos de adequação e indícios estilísticos brasileiros. As afirmações foram resultantes da comparação de dados obtidos nas entrevistas com profissionais da área (principalmente Queila Ferraz, Robson Drezet e Solange Wajnman, sem o apoia dos quais essa pesquisa não teria sido possivel). E  da observação prática  do vestuário.

O molde constitui-se numa peça de papel, cartão, etc., pela qual se corta o tecido e reproduz uma roupa.

A modelagem é fundamental na estrutura da roupa e o bom caimento da peça no corpo depende de uma adequada tabela de medidas.

Dentre as características brasileiras desenvolvidas na moda, esta é a mais marcante e perceptível. Também a mais adequada para a nossa realidade, pois, valoriza o corpo e dá ênfase à sensualidade, características marcantes na moda brasileira. É bem adequado ao clima, pois tem formas muito “leves”.

O que é bem demonstrado na moda praia e no jeans, segmentos onde o Brasil já desenvolveu um estilo próprio, ligado ao tropicalismo e à sensualidade.

Tecidos

A adequação dos tecidos à realidade brasileira ainda tem um campo vasto a explorar, pois, o fator econômico limita a adaptação das matérias-primas ao clima brasileiro.

As fibras naturais, que são as mais adequadas ao clima, possuem um alto custo, devido à complexidade de sua cadeia produtiva. Em vista disso, as fibras sintéticas, que são mais baratas, acabam sendo mais consumidas, apesar de não possuírem características ideais para as condições brasileiras.

No Brasil, a indústria têxtil do algodão se destaca, onde são desenvolvidos tecidos de qualidade, mas que na sua grande maioria são reservados para exportação.

Outra característica interessante, quanto a tecidos é a evolução do jeans brasileiro, onde houve a diminuição do peso do tecido, gerando um jeans mais leve e portanto, mais confortável para o clima tropical.

O uso da Lycra (fio de elastano), na composição de diferentes tecidos é muito comum e também já se tornou um diferencial da moda nacional.

Outro fator marcante é a grande possibilidade de desenvolvimento de matérias primas a partir de material brasileiro, o que pode vir a ser um grande potencial do país, por causa das riquezas naturais (fauna e flora) e culturais (artesanato, por exemplo) praticamente inexploradas. Mas falta a pesquisa, que esbarra na questão econômica, pois, não há no país quem financie esse processo.





Cartela de cor também poderia estar está entre os maiores potenciais do país, devido à luz e ao clima brasileiro. Mas esbarra na questão financeira e também na forma de organização da indústria brasileira, onde a maior parte é de pequenas e micro empresas desorganizadas entre si e sem possibilidade de desenvolver as cores aqui, obrigando as grandes empresas, a também buscar as mesmas referências de cores estrangeiras.

Apesar de haver adaptações dessas cores às diferentes regiões do país, estão sempre calcadas nas tendências internacionais.

Neste aspecto o Brasil só se desenvolveu na moda praia, onde possui cartela de cores e estampas desenvolvidas no próprio país, geralmente inspiradas em temas nacionais.

Há afirmações sobre uma inicial evolução neste ponto e que não seguimos tão inquestionadamente as tendências internacionais. A cartela de cor brasileira é bem mais colorida e exuberante, começando a assumir timidamente uma postura tropical.

Ornamentos

O Brasil é um país de natureza bonita, rica e exuberante. A história brasileira é marcada por contradições em todos os níveis de sua formação. A maior parte da população brasileira vive em estado de pobreza.

Estes paradoxos refletem-se principalmente no gosto por ornamentos, expressado pela mulher brasileira, que muitas vezes é classificada de ‘barroca” , estilo que trás no seu conceito a marca das contradições.

A riqueza de detalhes, aviamentos, recortes, acessórios está entre as características da moda brasileira. O que, não apenas reflete a exuberância natural do país, mas também suas contradições e reafirmações.


Identidade Brasileira na Moda – Anos 80

O cenário nacional é de crise econômica e inflação alta.

A proliferação das escolas de moda no Brasil foi o fato mais importante para a moda. A primeira delas foi inaugurada em 85. Atualmente o Brasil é o país com maior número de escolas de moda no mundo. Tal proliferação contribui não apenas para a profissionalização do setor como também para a consolidação da identidade brasileira expressa na moda.

Outro ponto importante dos anos 80, foi o do ápice da influência das novelas da Rede Globo no vestuário de massa:

    “ (…) é o grande desfile de modas do povo brasileiro (…) pois apenas um pequeno grupo de estilistas e produtores de moda tem acesso, no país, a revistas e desfiles estrangeiros.(…) o figurinista de novela está ajudando a reforçar as tendências de moda desencadeadas no espaço das butiques e confecções da zona sul carioca, e que resultam na adaptação da moda estrangeira, entremeada com criações próprias. “ (Durand, 1988 p. 100 ).

Para Joffily outro marco foi a popularização das lojas de departamentos: o rápido e súbito declínio do “milagre” privou as confecções do seu público mais amplo. Nesse momento surgem as lojas de departamento, com uma produção de peças em escala mega industrial, oferecendo ao público opções mais baratas e sem abandonar a noção de estilo que conquistara a classe média no período anterior.

Os anos 80, trouxeram à moda nacional o ressurgimento da indústria têxtil em grandes promoções e desfiles , bem como a formação de vários grupos regionais de moda, como paulista, o carioca, o mineiro e o cearense. As grifes nacionais estavam em voga e o jeans continuou sendo o filão da moda, principalmente em marcas como Ellus, Zoomp e Fórum. De Fortaleza, apesar de paraense, apareceu o nome de Lino Villaventura, que, por meio de sua fidelidade ao seu universo subjetivo, tornou-se referência nacional. Ainda nos anos 80, jovens estilistas paulistas criaram a cooperativa da moda, transformando-se num verdadeiro laboratório do exercício do estilo, destacando nomes como Conrado Segretto, Jum Nakao e Walter Rodrigues. (Braga, 2003).


Década de 90

Abertura do mercado para os importados e crise econômica ocasionada pelo Plano Collor, este é o panorama do início dos anos 90, quando o produto brasileiro sofria severa concorrência. O que desencadeou, segundo Érica Palomino:

    “(…) a mais longa agonia do setor até então: entre1992 e 1997, pelo menos 773 empresas da área têxtil fecharam, e mais de 1 milhão de pessoas perderam o emprego.” (Palomino, 2002, p.81)

No mercado de luxo, lojas como a pioneira Daslu, aproveitaram a abertura do mercado, para trazer grifes internacionais para São Paulo.

A popularização das grandes marcas que de acordo com Joffily, apresentou uma curiosa mutação – grandes estilistas criando coleções exclusivas para uma determinada cadeia de lojas de departamentos. Já não são mais produções anônimas, mas com as etiquetas, até então mais caras, tornadas acessíveis para uma grande parcela da classe média, devido à escala de produção dessas lojas. É o sistema de licensing incorporado à nova maneira do vestir (estilo) à realidade do mercado consumidor.

Em 1994, com a estabilização da economia o país volta a crescer, o que imediatamente se reflete na moda através de mega-desfiles – apresentações grandiosas e mirabolantes para mobilizar a mídia e gente famosa.

O estilista Lino Villaventura destacou-se como o mais brasileiro dos criadores. Assim como Walter Rodrigues. O estilista Ocimar Versolato, 1995 explode em Paris no prêt-à-porter.

Em 94 , a marca Fórum volta-se para referencias da cultura popular – era a primeira vez que uma grande marca de difusão assumia valores brasileiros, levando a uma discussão a respeito da necessidade de uma identidade brasileira na produção do país.

Modelos brasileiras passaram a chamar a atenção no panorama internacional – culminando em Gisele Bündchen – a mais famosa delas. A beleza da mulher brasileira chamou atenção do mundo.
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Apoiados na indústria têxtil, que se modernizava, os estilistas perceberam um potencial de exportação, sendo o primeiro deles Alexandre Herchcovitch.

    “Na década de 90, Alexandre Herchcovitch com todo seu arrojo e estilo e tornou-se a maior personalidade da moda brasileira atualmente, lançando suas coleções tanto em Londres quanto em Paris. Por meio do academicismo da moda, uma francesa, presente anualmente no Brasil, muito contribuiu para a formação do profissionalismo da moda nacional: Marie Rucki do Studio Bertot-Rucki de Paris. À convite da casa Rhodia/CIT (Coordenação Industrial Têxtil), Rucki vem à São Paulo ministrar sua experiência e, nomes como Glória Coelho, Reinaldo Lourenço, Jefferson Kulig, entre muitos outros, dela foram alunos.

    A imprensa nacional muito favoreceu o fortalecimento da moda Brasileira.

    Outro brasileiro que fez sucesso no exterior, em Londres foi Inácio Ribeiro com o nome Clements Ribeiro.

    Na moda jovem local, o evento para novos talentos intitulado Mercado Mundo Mix, na primeira metade do anos 90, criou a identidade da moda jovem e alternativa.

    No ano de 1996, por iniciativa carioca da Universidade Veiga de Almeida e do Instituto Zuzu Angel, foi criada a Academia Brasileira de Moda.

    O profissionalismo e o reconhecimento da moda nacional atingiram significativas proporções ainda nos anos 90. O evento Phytoervas Fashion desencadeou o processo de lançamentos regulares de coleções publicamente por meio de desfiles; até então, só acontecendo a um público muito restrito nos showroons de cada marca. Transformou-se no evento Morumbi Fashion Brasil e, hoje sob a tutela de Paulo Borges, temos o grande acontecimento São Paulo Fashion Week, presente no calendário internacional da moda, que acontece duas vezes ao ano para lançamento das coleções dos grandes nomes e grifes da moda brasileira. E São Paulo passou a fazer parte do ranking dos lançadores internacionais de moda, juntamente com Paris, Londres , Milão e Nova York. Além dos desfiles do SPFW, temos também presentes os eventos Semana de Moda – Casa de Criadores, em São Paulo e Fashion Rio ( RJ).” (João Braga)

História da Moda II

A moda na Idade Média

No início da Idade Média, isto é, na Alta Idade Média, as invasões bárbaras levaram ao isolamento e à vida nos feudos, desagregando as cidades e praticamente extinguindo o comércio em toda a Europa.

Dentro destas condições, as vestimentas passaram a ser produzidas artesanalmente, com fibras naturais e em cores cruas, tornando-se raras e exclusivas, apesar de extremamente básicas. A forma se assemelhava às bizantinas e a elite, formada pelos guerreiros e sacerdotes, se distinguia dos camponeses também através da vestimenta, a qual era colorida (normalmente vermelho ou verde). As roupas eram confeccionadas em casa, evoluindo das túnicas merovíngias (de comprimento até a altura dos joelhos, bordadas nas pontas e amarradas por cintos) até as ricas vestimentas da época carolíngia, com enfeites de brocado.

Com o passar do tempo os camponeses começaram a tingir tecidos em tom azul, pois este é facilmente conseguido através da uréia.

A partir do século X, com o final das invasões e o renascimento comercial e urbano, houve a formação das corporações de ofício, dentre elas as dos tecelões e dos tintureiros, criando uma maior variedade, ou seja aumentando a quantidade e a qualidade das roupas.

Com o desenvolvimento das cidades e a reorganização da vida das cortes, a aproximação das pessoas na área urbana levou ao desejo de imitar. Enriquecidos pelo comércio, os burgueses passaram a copiar as roupas dos nobres. Ao tentarem variar suas roupas, para diferenciar-se dos burgueses, os nobres inventavam algo novo e assim por diante.

Em termos de indumentária, também podemos falar do românico e do gótico enquanto estilos válidos.

Enquanto a Europa Ocidental variou as formas de vestuário, como vimos, em contrapartida, a cultura oriental bizantina se manteve atrelada ao seu próprio estilo.

Com o Renascimento existe a tentativa de copiar os trajes romanos da época imperial mas, devido às contingências impostas pela época, o que as guildas acabam por fazer é uma releitura da indumentária clássica, adaptando-a à moral cristã então vigente, ao clima (sensivelmente mais frio do que havia sido na época romana) e aos recursos materiais e técnicos de que então se dispunha.

Os camponeses, alheios à moda e aos modismos, continuarão a se vestir mais ou menos da mesma forma até meados do século XIX.



A moda na Idade Moderna

A idade moderna é a época que vai do século XV ao XVIII. É a chamada "Época das Grandes Navegações", período em que a América foi descoberta e a noção de um mundo em forma de quadrado do Medievo foi abandonada...

No início da Idade Moderna, há uma preferência nas cortes européias pelo vermelho, as roupas mais refinadas levavam esta cor. O metódo de tingimento utilizava o pau-brasil, extraído em larga escala no Brasil para atender a este modismo.

Vários filmes tem figurinos inspirados pelos estilos diferenciados, que foram criados e veiculados na Idade Moderna. Podemos citar A Rainha Margot, filme francês de 1994, com Isabelle Adjani no papel título, dirigida por Patrice Chéreau: logo na primeira cena (o casamento de Margot com Henrique de Bourbon, interpretado por Daniel Auteuil) Margot está usando um modelo maravilhoso, vermelho, de cetim, com uma gola alta e larga de renda a lhe emoldurar o rosto; sua mãe, Catarina de Médicis (vivida por Virna Lisi), também usa um modelo suntuoso, ao qual não falta nem mesmo o véu. Durante o filme, vemos desfilar brocados (como no modelo magnífico, que ela usa para ir às ruas, travestida em prostituta), rendas e sedas, em modelos ora com ousados decotes, ora com golas altas, inspiradas nos retratos de Rubens, Rembrandt, Velásquez e Frans Hals.

Ambientando na mesma fase histórica (época da chamada Revolução na Cristandade), Elizabeth, filme inglês de 1998, também traz vários exemplares retirados das imagens deixadas pelos grandes mestres da pintura da época, apenas que, por ser britânico, faz alusões também a Hans Holbein, pintor oficial da corte de Henrique VIII, pai de Elizabeth. São vestidos em tecidos "encorpados" e brilhantes, em tons de vermelho,amarelo e verde, com o chamado ventre de corsa: o corpete acabando em bico na parte dianteira e a saia se abrindo volumosa para os lados. Os homens usam as calças curtas (na altura dos joelhos) e bufantes e uma espécie de "enchimento" para realçar a genitália (moda lançada na época de Henrique VIII, o qual gostaria de passar à posteridade como um rei viril). O figurino e os cenários da cena de coroação foram inspirados em uma pintura da coroação da verdadeira rainha Elizabeth I.[10]

Também recorrendo à obra de um grande mestre do período (desta vez Vermeer) foi lançado em 2003, pelo Reino Unido e Luxemburgo, Moça com Brinco de Pérola. Desta vez, vemos não apenas as roupagens suntuosas dos aristocratas e o interior dos palácios, mas também burgueses (que se vestem com roupas que afetam a forma geral dos trajes aristocráticos, mas são feitos com material de qualidade inferior) e pessoas do povo (alheios à moda, vestindo-se ainda como na época medieval).

No final da idade moderna, temos um grande personagem histórico que marca a moda: Luix XV. Sua contribuição se dá basicamente pelo uso de salto alto, algo inovador. Nesta época também é notável a presença de perucas, babados, o estilo rococó aliado ao vestuário.

Revivendo o luxo, o requinte e o glamour de Versailles, os Estados Unidos lançaram em 2006 Maria Antonieta. Trata-se de uma alegada "biografia mais humanizada" da última rainha da França no Antigo Regime. Este filme é interessante de ser citado pois a Idade Moderna se encerra oficialmente com a Revolução Francesa de 1789, em virtude da qual Maria Antonieta perde a cabeça na guilhotina. Antes porém que sua real cabecinha vá parar em um cesto, ela desfila vários penteados extremamente altos (que a cultura lusitana costuma apelidar de ninhos de ratos), jóias e vestidos, em geral estampados, em seda ou brocado.

A partir do século XVIII, com a chamada Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, e a mudança do Capitalismo Comercial - Mercantilismo para o Capitalismo Industrial a Moda deixa o seu caráter artístico/artesanal de lado e passa a ser também inserida na rede engendrada pelo Mercado.


A moda no século XIX

Evolução da Moda Feminina, de 1794 a 1887.

O século se inicia com a emolução do Império Romano, por parte da corte de Napoleão Bonaparte, o qual se faz inclusive coroar Imperador pelo papa Pio VII em 1805. Dentro do clima generalizado de "revival", a moda desempenha o seu papel ao livrar as mulheres, de uma só vez, dos espartilhos, anáguas, armações para saias e anquinhas: era o "Estilo Império".

Com a derrota definitiva de Napoleão, o Congresso de Viena e as várias restaurações monárquicas, dele advindas, há um anseio pela "volta à ordem" e a década de 1830 adotará um perfil mais romântico, com saias mais amplas e grandes mangas bufantes, embora o comprimento das saias ainda fosse ligeiramente mais curto.

Na década seguinte, a tendência romântica se consagra e a silhueta feminina vai afetando a forma de um sino, ou uma flor invertida, o foi consagrado com o advento da crinolina.

As crinolinas marcam o momento em que surge a indústria da moda propriamente dita, sendo este o primeiro modismo que poderíamos chamar de "universal": foram usadas de 1852 a 1870, em lugares tão diversos quanto a Nova Zelândia (assistam ao clássico filme O piano e vejam a protagonista fazer uma tenda com a sua anágua crinolina, sob a qual pernoitam ela e a filha) e o Brasil (assistam Mauá - O Imperador e o Rei e vejam May, interpretada por Malu Mader, entreter-se em girar a sua crinolina), a França e o México, os Estados Unidos (basta assistir ao clássico E o vento levou e ver o quanto as crinolinas marcam o estilo do sul dos Estados Unidos) e as colônias européias da África e Ásia, conforme retratadas no clássico O rei e eu por exemplo.

Podemos aludir a uma anedota, que Gilda de Mello e Souza[13] alude apenas por alto, que explica o surgimento das crinolinas e demonstra a ligação destas com a indústria: Napoleão III, sobrinho de Napoleão Bonaparte, governou a França de 1848 a 1852 como presidente da República e de 1852 a 1870 como imperador. Ele era casado com a belíssima nobre espanhola Eugênia de Montijo, mulher de sangue quente e que detestava o desconforto produzido pelas 9 anáguas engomadas que eram usadas para armar as saias na corte.



Havia uma fábrica de espetos, em processo de falência, chamada Peugeot. Um belo dia de julho de 1854 a fábrica recebeu a ilustre visita da imperatriz que lhes trouxe um desenho seu de uma espécie de gaiola feita de finíssimos aros de arame de aço e que, desde então, tornaria a indumentária feminina muito mais leve e mais arejada, a crinolina.

A Peugeot foi salva da falência (após 1870 ela passou a produzir guarda-chuvas, depois bicicletas até chegar aos automóveis), a França tornou-se líder mundial inconteste no universo da moda e o nome da bela Eugênia passou a estar associado, para todo o sempre, às “maisons” de alta costura.

Em 1870, com a derrota de Luís Napoleão Bonaparte (Napoleão III) na Guerra Franco-Prussiana a 3ª República adota o estilo "princesa" e a partir de 1880 vemos se repetirem, até o final do século, tendências e estilos esboçados em momentos anteriores. as crinolinas caíram em descrédito, sendo substituídas pelas tournures ("anquinhas") que armavam apenas a parte traseira das saias e vestidos. Estas, foram usadas até o final da década de 1880.



A moda nos anos 1920


Nessa época, a moda já estava livre dos espartilhos  do século XIX. As saias já mostram mais as pernas e o colo. Na maquiagem, a tendência era o batom. A boca era carmim, em forma de coração. A maquiagem era forte nos olhos, as sobrancelhas  eram tiradas e o risco pintado a lápis. A tendência era ter a pele bem branca.

Moda de 1925.

Foi a época de Hollywood em alta, e a maioria dos grandes estilistas da época, como Coco Chanel e Jean Patou, criaram roupas para grandes estrelas.

Foi uma década de prosperidade e liberdade, animada pelo som das jazz-bands e pelo charme das melindrosas, as mulheres modernas da época, que frequentavam os salões e traduziam em seu comportamento e modo de vestir o espírito da também chamada Era do Jazz.

A silhueta dos anos 20 era tubular, os vestidos eram mais curtos, leves e elegantes, com braços e costas à mostra. O tecido predominante era a seda. Os novos modelos facilitavam os movimentos frenéticos exigidos pelo charleston - dança vigorosa, com movimentos para os lados a partir dos joelhos. As meias eram em tons de bege, sugerindo pernas nuas. O chapéu, até então acessório obrigatório, ficou restrito ao uso diurno. O modelo mais popular era o "cloche", enterrado até os olhos, que só podia ser usado com os cabelos curtíssimos, a "la garçonne", como era chamado. A mulher sensual era aquela sem curvas, sem seios e com quadris pequenos. A atenção estava toda voltada aos tornozelos.

A sociedade dos anos 20, além da ópera ou do teatro, também freqüentava os cinematógrafos, que exibiam os filmes de Hollywood e seus astros, como Rodolfo Valentino e Douglas Fairbanks. As mulheres copiavam as roupas e os trejeitos das atrizes famosas, como Gloria Swanson e Mary Pickford. A cantora e dançarina Josephine Baker também provocava alvoroço em suas apresentações, sempre em trajes ousados.

Em 1927, Jacques Doucet (1853-1929), figurinista francês, subiu as saias ao ponto de mostrar as ligas rendadas das mulheres - um verdadeiro escândalo aos mais conservadores. Foi a época da estilista Coco Chanel, com seus cortes retos, capas, blazers, cardigãs, colares compridos, boinas e cabelos curtos. Durante toda a década Chanel lançou uma nova moda após a outra, sempre com muito sucesso.




Décadas de 30 e de 40

Toda a euforia dos "felizes anos 20" acabou no dia 29 de outubro de 1929, quando a Bolsa de Valores de Nova York registrou a maior baixa de sua história. De um dia para o outro, os investidores perderam tudo, afetando toda a economia dos Estados Unidos e, consequentemente, do resto do mundo. Os anos seguintes ficaram conhecidos como a Grande Depressão, marcados por falências, desemprego e desespero.

No plano político, a recessão econômica levou ao conservadorismo e à ascensão de líderes totalitários: Hitler na Alemanha, Mussolini na Itália, Salazar em Portugal, Franco na Espanha, Stalin na União Soviética e Getúlio Vargas no Brasil.

A reboque, a moda viu-se forçada a uma "volta à ordem". Após os "loucos anos 20", a década seguinte vê os vestidos voltarem aos calcanhares, os decotes diminuírem e os sapatos quase se tornarem as "botinhas" de 1900.

Os homens ganharam ternos desestruturados, normalmente de linho, de ombros estreitos e calças mais curtas e mais justas.

Um bom filme a ser assistido, para quem desejar ver ilustrada com precisão a mudança de paradigmas estéticos da década de 20 para a de 30 é Tomates Verdes Fritos, filme estadunidense de 1991 que retrata com extrema sensibilidade o período. Aos poucos vemos os vestidos vaporosos darem lugar aos mais "pesados" (e mais fechados), os sapatos de saltos altos com pulseirinha no tornozelo serem substituídos pelos mais baixos e bem fechados, como "botinhas", e os cabelos curtos à garçonne darem lugar aos longos, presos em coque na nuca.

Com a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) o guarda-roupa, tanto masculino quanto feminino, ganha formas e cores militares: os ombros se agigantam (o "poder"), a cintura se estreita e as cores tendem para o sépia, o bege e o verde musgo. Carmen Miranda lança a moda das plataformas e arrebanha adeptas em todo o mundo.

A moda dos anos 40 foi esplendidamente compilada nos figurinos de filmes como Casablanca, de 1942 e Gilda, de 1946.


Década de 50

O fim da Guerra e a emergência dos Estados Unidos como líderes incontestes do mundo ocidental levaram a uma onda de otimismo sem precedentes.

É a época de ouro das multinacionais, de Hollywood e da moda "made in USA" no caso o "new look", criado por Christian Dior mas repaginado e divulgado por centenas de filmes de divas como Marilyn Monroe e Jane Russell. Por um curto espaço de tempo, a Argentina também terá a sua diva, na figura da primeira dama, Eva Perón.

As saias são amplas, em godê guarda-chuva ou balonê, revivendo um pouco a época das crinolinas. Os tecidos brilhantes e "encorpados" como o tafetá e o cetim convivem com o crepe de seda, o tule e o jersey. O bolerinho volta a ser usado, bem como o redingote.

Na moda masculina, a tendência são os topetes, as calças com pregas, a risca-de-giz e os sapatos com a ponta afilada. Os jovens mais ousados imitam James Dean e Marlon Brando, passando a usar gibão de couro, camiseta branca e calça de brim, a qual ainda não é chamada jeans.

Além dos próprios filmes da época, como Os Homens Preferem as Loiras e Como agarrar um milionário de 1953, O pecado mora ao lado e Ladrão de casaca de 1955, O Sorriso de Mona Lisa, de 2003 é um bom filme para analisarmos as modas e os modos da alta burguesia do nordeste dos Estados Unidos (Nova Inglaterra) entre os anos de 1953 e 1954: estão em pleno uso os soutiens de bojo, as cintas e modeladores, as saias godê em várias padronagens, bem como o duplo padrão de moralidade (onde, a exemplo do que acontecia no Brasil Colonial [15] ao homem tudo era permitido, em se tratando de sexo e sexualidade, e à mulher "de família" tudo era ocultado, tolhido e negado) e a hipocrisia social (onde todos fazem "vistas grossas" aos "pecadilhos" dos bem nascidos, mas não perdoam nem mesmo o menor deslize dos subalternos) tão característica daquela forma de sociedade.

Décadas de 60 e 70

No seu viés elegante, a década de 60 foi marcada pelo uso do scarpin, algumas vezes com salto carretel, e o "tubinho", de corte reto, clássico legado de Madame Chanel, comprimento acima do joelho. Os cabelos eram usados no corte/penteado "gatinha", mesma denominação dada aos óculos de forma amendoada e com os cantos exteriores proeminentes.

Os homens usaram (pouco) o terno bem cortado, de modelagem definida mas sem exageros e (muito) a calça jeans (já conhecida por este nome) e a camiseta. Os topetes continuaram em alta.

No viés "rebelde" ou "revolucionário" tivemos o movimento hippie.

Hippies.

Na imagem ao lado vemos dois hippies que veiculavam a consígnia "paz e amor", lemas da época. Usavam por cores alegres e estampas floridas, demonstrando sensibilidade, romantismo, descontração e bom humor, como também a liberdade de expressão perante o regime ditatorial em países como o Brasil, Chile e França.

A maquiagem era essencial e feita especialmente para o público jovem. O foco estava nos olhos, sempre muito marcados. Os batons eram clarinhos ou mesmo brancos e os produtos preferidos deviam ser práticos e fáceis de usar. Nessa área, Mary Quant inovou ao criar novos modelos de embalagens, com caixas e estojos pretos, que vinham com lápis, pó, batom e pincel.

As perucas também estavam na moda e nunca venderam tanto. Mais baratas e em diversas tonalidades e modelos, elas eram produzidas com uma nova fibra sintética, o kanekalon.

Nos anos 70 o Movimento hippie foi absorvido pela mídia e passou a ser "mais uma tendência", nas batinhas indianas, tecidos florais (a chita voltou com tudo) e bijuterias falsamente artesanais. Usou-se a "boca-de-sino" e a "pata de elefante", que eram calças com as pernas muito largas, e o tropicalismo trouxe de volta as plataformas (agora usadas para ambos os sexos) e os turbantes e "balangandãs" de Carmen Miranda. Usaram-se combinações de cores bastante insólitas, como o roxo com laranja e o verde com roxo.

A partir de 1975, com a onda "disco" e o surgimento das danceterias, que na época se chamavam discotecas, voltaram as sandálias de salto agulha (agora usadas com meias curtas e coloridas de lurex) e a saia "evasê". Surgiu a "frente-única" e o vestido de "lastex". O cabelo black power era a sensação do momento.

Foi na década de 70, em Berlim, que surgiu o Movimento Punk, que marcou profunda e decisivamente a moda, a música e o comportamento. Grande expoente deste movimento, a ex-cantora de ópera, Nina Hagen.

Moda e Modismos Hippies
 
"Hair  foi originalmente um musical da Broadway, lançado em 1967, no bojo da contra-cultura , do pacifismo e da contestação à Guerra do Vietnã, sob os "slogans" do "PAZ E AMOR"  e "FAÇA AMOR, NÃO FAÇA A GUERRA" veiculados pelo movimento hippie. O título do filme, "cabelo", refere-se aos longos cabelos da maioria de suas personagens e que, na época, eram uma forma de contestação aos valores sexistas da sociedade tradicional, além de uma manifestação da estética adotada pela juventude . HAIR, produzido na década de 1980, é o fiel retrato de uma época em que se consolida o “poder da flor” e que, pela primeira vez na história, os jovens do mundo todo assumiram uma postura crítica e ativa: já não eram mais os jovens “rebeldes” da década anterior (1950), eram jovens genuinamente revolucionários. A sua atitude deixou de ser pautada por um pacifismo apenas conformista, deixou de ser passiva e desengajada, a sua crítica passa a ter consistência. Em várias partes do mundo os jovens demonstram que já tem consciência de sua própria força, participando nus no “Central Park” de manifestações contra a Guerra do Vietnã (1968) ou então de manifestações em prol dos direitos civis dos negros no sudeste dos Estados Unidos e contra o “Apartheid” na África do Sul. O que nós podemos vislumbrar, além dos conflitos internos intrínsecos das personagens, é o conflito social e o choque cultural inerente a esta época, o que nos faz afirmar que existe uma grande dose de universalidade no filme HAIR, pois os ideais de seus jovens personagens são também os ideais de todos os nossos jovens que resistiram à ditadura e que procuraram democratizar as relações intersexuais , questionando os papéis homem/mulher, interaciais, religiosos e políticos."[16]

Anos 80 e 90


Os anos 80 e 90 constituíram-se num "revival" de várias épocas passadas:

    * O vestido de noiva de lady Diana, cujo casamento foi assistido ao vivo, via satélite, por milhões de pessoas ao redor do mundo, foi um "lançamento oficial" do estilo chamado de "New Romantic", o qual usou e abusou dos babados, laços, fitas e rendas.
    * Todo o figurino do filme futurista Blade Runner: o caçador de andróides, de 1982, trazia os ombros ultra estruturados e os terninhos em estilo militar da década de 40 (o "poder").
    * Nestes anos Meryl Streep estelou três filmes de época, sendo dois consecutivamente: A mulher do tenente francês em 1981 e A escolha de Sofia em 1982. Ainda na onda "revival", estrelou também Entre dois amores em 1985.
 * O filme italiano La Chiave (A Chave), de 1983, dirigido por Tinto Brass, que trazia Stefania Sandrelli no papel principal, revive de maneira nostálgica a elegância da Itália no início do fascismo.
 
* Os filmes De volta para o futuro,[17] de 1985 e Dirty Dancing-ritmo quente, de 1987 traziam de volta o glamour dos anos 50. Estes filmes alavancaram a volta das saias godê guarda-chuva e balonê, do tafetá e do crepe de seda, além dos famosos bolerinhos (espécie de casaquinhos curtos, em geral com meia manga, ou manga três quartos).
    * Em Peggy Sue: seu passado a espera, de 1986, dirigido por Francis Ford Coppola, Kathleen Turner retorna a 1960, tendo a chance de modificar o seu futuro, ao decidir se deveria se casar ou não com Nicolas Cage, de quem ela está se divorciando em 1985. O vestido de noiva de Peggy Sue, um clássico, trouxe de volta a moda noiva de 1960.

   * Também de 1986, Veludo Azul, de David Lynch, utilizando-se de música homônima de Bobby Vinton para compor o título, tem evidentes ligações com a moda. A personagem principal, uma cantora de salão mantida prisioneira por um psicopata, usa modelos clássicos e glamourosos da década de 50, inclusive um tomara que caia em veludo azul, o qual confirma a tendência geral da época.

* O clássico ...E o vento levou, de 1939, foi relançado em versão restaurada. Houve um seriado televisivo, Scarlet, lançado nesta época, que se propunha a ser a continuação da história. Ambos os eventos reforçaram a tendência geral às saias rodadas e mais volumosas, aos babados e aos bolerinhos.

  * Para o clip da música Material Girl a pop star Madonna realizou uma releitura de Marilyn Monroe cantando "Diamonds are a Girl's best friends" em Os Homens Preferem as Loiras, de 1953. O tomara que caia ajustado ao corpo, de cetim foi bastante copiado.

* Nos anos 80 eram comuns "festas dos anos 50" ou "festas dos anos 60", com muito twist e rock and roll, dando origem a várias bandas nacionais, como a Blitz. Já nos anos 90 a febre foram as "festas dos anos 70", com muito colorido, preponderando o laranja e o roxo e ressurgimento do New Wave.




Início do século XXI




No início do século XXI a moda parece marcada por duas máximas: "nada se cria, tudo se copia" e "a moda vai e vem". Ao invés de divas do cinema ou da música, os carros-chefes são as drag-queens, que comandam o mundo fashion de dentro dos seus guetos, que são as grandes casas noturnas, espaços concorridos como as Paradas Gays e mesmo alguns espaços na televisão.

Neste sentido, é emblemática a trajetória de Ru Paul, Nany People, Dimmy Kieer, Léo Áquilla, Salete Campari e Silvetty Montilla.

Dentro do paradigma estético adotado, vêm crescendo a tendência à customização e à reciclagem de materiais, buscando o desenvolvimento sustentável, também no campo da moda.

Para não dizer que não há novidades, existem ainda vários movimentos da juventude, como a estética Clubber, o underground e a cultura hip hop, mas sempre ligados ao universo das baladas e casas noturnas. Neste contexto, acentuou-se muito a difusão da tatuagem e do piercing.

No dia a dia porém, para as atividades do cotidiano, não se notam sensíveis diferenças em relação ao "revival" efetuado pelas duas décadas anteriores.

História da Moda I

Moda é a tendência de consumo da atualidade. A moda é composta de diversos estilos que podem ter sido influenciados sob vários aspectos. Acompanha o vestuário e o tempo, que se integra ao simples uso das roupas no dia-a-dia. É uma forma passageira e facilmente mutável de se comportar e sobretudo de se vestir ou pentear.

 Embora tenham sido encontradas agulhas feitas de marfim, usadas para costurar pedaços de couro, que datam cerca de 40 000 a.C., ou mesmo evidencias de que o tear foi inventado há cerca de 9 000 a.C., só podemos pensar em moda em tempos muitos mais recentes. Ela se desenvolve em decorrência de processos históricos que se instauram no final da Idade Média (século XIV) e continuam a se desenvolver até a chegar ao século XIX. É a partir do século XIX que podemos falar de moda como a conhecemos hoje (POLLINI, 2007).
A moda nos remete ao mundo esplendoroso e único das celebridades. Vestidos deslumbrantes, costureiros famosos, tecidos e aviamentos de ultima geração. Não nos leva a pensar que desde a pré-história o homem vem criando sua moda, não somente para proteger o corpo das intempéries, mas como forma de se distinguir em vários outros aspectos tais como sociais, religiosos, estéticos, místicos ou simplesmente para se diferenciar individualmente.

    A moda passou por várias transformações, muitas vezes seguindo as mudanças físicas e principalmente sociais que ocorreram dentro de um determinado período.

    A moda pode ser considerada o reflexo da evolução do comportamento. Uma espécie de retrato da comunidade. É uma linguagem não verbal com significado de diferenciação. Instiga novas formas de pensar e agir.Para criar estilo, os figurinistas utilizam-se de cinco elementos básicos: a cor, a silhueta, o caimento, a textura e a harmonia.

A moda é abordada como um fenômeno sociocultural que expressa os valores da sociedade - usos, hábitos e costumes - em um determinado momento. Já o estilismo e o design são elementos integrantes do conceito moda, cada qual com os seus papéis bem definidos.

A moda é um sistema que acompanha o vestuário e o tempo, que integra o simples uso das roupas no dia-a-dia a um contexto maior, político, social, sociológico. Pode-se ver a moda naquilo que se escolhe de manhã para vestir, no look de um punk, de um skatista e de um pop star, nas passarelas. A cada dia que passa o mundo da moda vem se superando e surpreendendo as pessoas, com cores vivas, tendências novas, cortes inusitados e inovadores. A moda proporciona aos que seguem uma tendência sempre inovadora e ousada. Ela é abordada sempre, encaixa em qualquer assunto e é sempre um meio de inspiração aos que a seguem.

Convém ressaltar que, deixando de lado a tendência etnocêntrica (na realidade "eurocêntrica"), a qual ainda hoje é preponderante, devemos ter clareza de que a moda, enquanto fenômeno, só se tornou "universal" em meados do século XIX, com o advento da crinolina. Até então, cada povo possuía sua própria maneira de se vestir e ornamentar, de maneira que conviviam diversas manifestações e estilos numa mesma época.

Mesmo hoje, em que vivemos, sob o capitalismo hegemônico, a fase da globalização, não se pode esquecer que o mundo muçulmano se constitui num universo à parte, onde a burka e o chador ainda são amplamente utilizados e onde populações inteiras, como a maior parte da Índia e as comunidades indígenas, bosquímanas e aborígenes australianos, por exemplo, estão alijados da produção e do consumo.

A nudez original

Antes de nos determos em explanar sobre o vestuário, devemos - até por uma questão cronológica - dissertar brevemente sobre a nudez, já que se constitui, ainda que de forma involuntária, no primeiro modismo.

Dentre as várias formas de nudez que a humanidade experimentou (a nudez como contingência da natureza, a nudez como realização do ideal do belo, a nudez como forma de protesto, etc) podemos facilmente diferenciar as suas primeiras expressões:"A nudez dos indígenas ou dos homens das cavernas nada tem em comum com a nudez dos gregos e romanos. No primeiro caso trata-se de uma contingência imposta pelas condições materiais de vida e adaptação ao meio-ambiente, enquanto no segundo caso trata-se de uma solução da ordem da estética, com amplo lastro da filosofia e da doutrina moral então dominante."

Explicitando melhor as razões e a manifestação da nudez no homem primitivo (primeira forma de nudez) podemos afirmar que:"Num momento em que a cultura ainda não existia e que o ser humano era coletor e nômade, antes da terceira glaciação, a nossa espécie era regida pela mesma lei que as demais espécies animais, a seleção natural. Os indivíduos mais fortes e mais adaptáveis sobrevivem, enquanto os mais fracos e menos adaptáveis transformam-se em alimento para animais maiores.

Alimentando-se de vegetais, frutas e tubérculos, vivendo em bandos e migrando através das pastagens e savanas primitivas atrás de alimento, o ser humano primitivo dava plena vazão aos seus instintos e, neste sentido, não devia ter grandes escolhas em relação ao objeto do seu desejo. Tanto indivíduos machos quanto fêmeas eram então completamente bissexuais, pois não havia diferenças anatômicas tão marcantes em relação aos sexos e também a busca constante de alimentos e a fuga de animais carnívoros limitavam bastante as oportunidades de acasalamento.

Estes indivíduos evidentemente ainda não haviam estabelecido um vínculo causal entre a cópula e a reprodução, ou seja, a razão pela qual as fêmeas engravidavam e davam a luz era tão vaga para eles quanto a razão do sol nascer aparecer e desaparecer no horizonte todos os dias. Num momento em que o sexo estava desvinculado da reprodução não havia qualquer sanção moral a qualquer modalidade sexual, até porque a moral ainda não havia sido inventada.



Durante a terceira glaciação este panorama edênico se altera drasticamente; grandes porções do planeta são cobertas pelo avanço das geleiras, o que restringe o habitat humano. O homem tem de procurar abrigo nas cavernas e, após descobrir o fogo, passa a se alimentar também de carne, tornando-se caçador. Para suprir a falta de garras e de presas produz os primeiros instrumentos de pedra, tornando-se artesão. Como subproduto da caça e da sua nova dieta alimentar produz as primeiras vestimentas, utilizando o couro e a pele dos animais abatidos. Além de proteger do frio, as roupas passaram também a proteger a genitália, especialmente a masculina, que o fato do homem ter se tornado exclusivamente bípede, tornara muito exposta, vulnerável a impactos e atrito."

Um bom filme para ilustrar o período das primeiras incursões do homem primitivo no período das cavernas é A Guerra do Fogo, de 1981. Ainda que os produtores estadunidenses não ousem expor as personagens da tribo "menos desenvolvida" nuas - como de fato elas deveriam estar - as vestimentas da tribo "mais avançada" mantém alguma ligação com a realidade, como tem demonstrado a arqueologia.


Se considerarmos a produção de ornamentos como parte que compõe um vestuário, os indígenas sul-americanos e aborígenes australianos não estão realmente nus, pois utilizam - em doses fartas - de cores e de texturas em sua pintura corporal, cocares, cintos, brincos e outros adornos.

Os "adereços" utilizados visam se constituir em atrativo e apelo erótico em relação ao sexo oposto, têm função religiosa (ritual) ou social (no sentido de danças e eventos de socialização da tribo).

O que fez com que o colonizador europeu julgasse estarem nus foi o fato de que eles não tem, via de regra, nenhuma preocupação em ocultar a genitália. Pelo contrário, várias tribos a valorizam, através do uso de uma espécie de "estojo" peniano, ou então, tanto homens quanto mulheres, depilam-se e utilizam adereços coloridos para valorizar a região pubiana.

Para ilustrar o choque cultural que se produziu do encontro entre brancos (europeus) e indígenas sugerimos dois filmes, que estão entre as melhores produções do cinema brasileiro: Como Era Gostoso o Meu Francês, de 1970, e Hans Staden, de 1999. Em ambos os filmes entramos em contato com a maneira de "vestir" (adornar) dos tupinambás, um universo colorido engendrado pela fauna e flora tropicais, tão ricas em pigmentos (como o urucum), fibras (como a juta) e materiais diversos para a confecção de adornos e adereços (como as coloridas penas de araras e de tucanos).



Acreditamos que estes costumes estão inseridos num contexto muito maior, que visa perpetuar as tribos, tanto enquanto singularidades como enquanto culturas. Neste sentido, fica mais fácil a escolha do parceiro para a procriação, e a genitália depilada (tanto masculina quanto feminina) tem uma conotação mais higiênica.

Nos povos "primitivos", como vemos, a moda desempenha funções evidentemente pragmáticas.

As vestes dos indígenas da América do Norte, Incas, Maias e Astecas

Ao contrário dos povos indígenas sul-americanos, os indígenas da América do Norte sempre utilizaram roupas, no sentido contemporâneo do termo, apesar de também utilizarem cocares e outros adereços.

O uso de vestimentas "tradicionais" (para nossos padrões, ocidentais e cristãos) deve-se em parte ao clima temperado e em parte à proximidade em relação a duas grandes e antigas civilizações: os Maias e os Astecas.

O filme O Homem chamado Cavalo, de 1970, é muito preciso na recriação das roupas dos índios Sioux e Crow. Tal como nos filmes brasileiros, citados no tópico anterior, o filme mostra o choque entre duas culturas distintas (e por vezes antagônicas) e a possibilidade de adaptação individual ou de síntese cultural.

As três grandes civilizações da América Pré-Colombiana (Incas, Maias e Astecas) possuíam em comum o gosto pelas vestes elaboradas (tais como túnicas, mantos e capas), a tecelagem bastante desenvolvida (no caso específico dos Incas, utilizando-se inclusive da lã das lhamas e vicunhas) e o fato dos trajes mais vistosos e coloridos serem destinados aos homens, bem como brincos, bandanas, pulseiras e demais ornamentos. As vestes femininas eram geralmente monocromáticas e de corte reto.

Os quechuas e aymaras, na América do Sul, preservam ainda hoje muitos dos hábitos dos antigos incas.

Na antiguidade

Como vimos, já no final da Pré-história os seres humanos passaram a se cobrir com peles de animais para se proteger do clima e, com o tempo, essa proteção foi se tornando cada vez mais sinônimo de poder e status. As pessoas achavam que usar peles de animais estava na moda, cada vez se via mais.

Esta tendência foi sendo suplantada pelo uso de fibras naturais como o linho e o algodão no Egito e a seda na China. Na Antiguidade Oriental as vestes passaram a ser usadas para diferenciação social: as diferentes castas na Índia usavam cores e padronagens diferentes, no Egito a veste do camponês era apenas um perissoma (espécie de "fralda") feito de algodão enquanto os sacerdotes e guerreiros usavam túnicas elaboradas e vários adornos e, desta maneira, foram surgindo nas sociedades orientais várias formas de indumentária e ornamentos, para que as pessoas pudessem ser facilmente identificadas, em relação ao papel que desempenhavam.
Cerimônia do "abrir a boca", do Livro dos Mortos.

Os gregos, com o culto ao belo e o seu ideal de Paideia que consistia no pressuposto de que "uma mente sã habita um corpo saudável" (que os romanos traduziram por "mens sana in corpore sano"), desprezavam as vestimentas. Os jovens do sexo masculino andavam nus a maior parte do tempo - conforme podemos perceber ao analisar a estatuária e pintura grega - mas tinham sempre uma espécie de manto ou capa ao ombro, para solenidades cívicas ou para o interior das habitações.

Como as mulheres eram desvalorizadas, passando a maior parte do tempo reclusas no gineceu, elas normalmente são representadas vestidas, com o "peplos" jônico (Atenas) ou o "chiton" (ou quíton) dórico (Esparta). É facilmente perceptível a diferença na representação masculina e feminina ao analisarmos os padrões de Kouros e Kore.

Com o helenismo, e a expansão das letras e das artes gregas por toda a bacia do Mediterrâneo, as várias culturas se mesclam ocasionando uma mudança nas formas de representação. No bojo da síntese formal helenística começam a aparecer, pela primeira vez, mulheres representadas nuas, como é o caso da famosa Vênus de Milo. Afresco de Pompéia, representando um jovem.

Em Roma, profundamente mais democrática em relação ao gênero do que a Grécia, as mulheres não apenas participam da vida cultural, como também das solenidades cívicas. Há inúmeros exemplos na estatuária romana de elaborados penteados e suntuosas vestimentas que identificavam as mulheres patrícias.

Aos homens da classe senatorial (senadores, magistrados, tribunos) era permitido o uso da toga, a qual ainda hoje é usada pelos juízes.

Os plebeus, tanto homens quanto mulheres, usavam trajes semelhantes aos patrícios (sendo vetado apenas o uso da toga) mas não usavam ornamentos indicativos de alta condição social, como os diademas, anéis e demais ornamentos.

No período bizantino, onde o cristianismo já era a religião oficial do Estado, proscreveu-se a nudez e as roupas tornaram-se nitidamente mais amplas e mais longas, sendo que foram estas as vestimentas que deram origem aos hábitos dos monges e freiras e às batinas dos padres. Dava-se valor, por exemplo, às roupas na cor roxa, chamada "púrpura", pois essa cor era derivada de um pigmento muito raro que só a nobreza tinha condições de adquirir.
Corte do Imperador Justiniano, retratada em mosaico de Ravena.

Já os mais pobres usavam roupas na cor azul, que era feita com uréia, encontrada em abundância, pois os tintureiros tomavam muitas bebidas alcoólicas, faziam a urina em baldes, e essa era utilizada para tingir as peças de tecido. Os camponeses usavam ainda tons crus, o ocre e o terra.

Facilmente encontramos, em qualquer compêndio de química, como produzir a cor azul através da uréia:

    "Encontramos ainda na saliva substâncias que estão sendo excretadas e que não possuem qualquer função na digestão tais como o sulfocianeto, o nitrito e a uréia.(...)Colocar em tubo de ensaio 1 mL de saliva filtrada, duas gotas de ácido sulfúrico diluído (10%) e duas gotas de iodeto de potássio (10%). Desprende-se iodo que pode ser melhor observado pela adição de 1 mL de goma de amido 1% levando ao desenvolvimento de cor azul."

Curiosidade:

"O assentamento de Çatalhüyük, na Anatólia, datada de 6700 anos a.C (porção asiática da Turquia e européia da Trácia), é a primeira comunidade que se tem registros sobre o modo como as mulheres exerciam maior influência do que os homens, no papel de "dona de casa". Esse povoamento dava grande importância à moda, de acordo com as jóias de cobre e chumbo, os tecidos coloridos, as fivelas de cintos e os tapetes ricamente adornados e manufaturados usados por eles. Além disso, os humanos se cobriam com peles de animais para se proteger do frio e, com o tempo, essa roupagem se tornou símbolo de poder e status. A evolução desses adornos deu origem ao que vemos nas civilizações do Egito, Grécia e Roma antigos, com roupas leves e soltas, adequadas ao ambiente e à temperatura. Os acessórios e jóias eram feitos de ouro, cobre ou chumbo, conseguidos nos leitos dos rios. Durante o período Bizantino de ocupação, a nobreza se distinguia por utilizar a cor roxa, que derivava de um pigmento especial e raro, que somente o alto poder tinha poder de aquisição. Os plebeus eram caracterizados pela cor azul, que era conseguido através do álcool expelido na uréia humana. "

As grandes civilizações do extremo oriente, Índia, China e Japão desenvolveram estilos e modismos próprios, extremamente diferenciados, sendo que a principal inovação foi no campo das texturas, pelo uso da seda, e do tingimento.